O Brainspotting é uma técnica terapêutica moderna, baseada em neurociência, que permite acessar camadas profundas do cérebro ligadas a traumas e emoções mal processadas. Para que o Brainspotting funcione de forma eficaz, ele se apoia em cinco princípios fundamentais. Neste artigo, você vai entender o que são esses princípios e como eles contribuem para a regulação emocional e o alívio de sintomas como ansiedade e depressão.

1. O Princípio da Incerteza

Esse é o pilar central do Brainspotting. O Princípio da Incerteza de Heisenberg, nos lembra de que o cérebro possui uma sabedoria própria, muito além do que conseguimos acessar conscientemente.
Ao trabalhar com Brainspotting, é essencial que o terapeuta não tente controlar o processo. Intervenções excessivas ou expectativas rígidas podem atrapalhar o fluxo natural do reprocessamento cerebral. O terapeuta precisa confiar que o cérebro saberá o caminho a seguir.

2. A Neurobiologia

O Brainspotting é uma técnica profundamente enraizada na neurociência. Ele considera o cérebro e o corpo como uma unidade integrada.
Quando passamos por situações difíceis ou traumáticas, sentimos efeitos não apenas emocionais, mas também físicos — como dor no peito, tensão muscular, falta de ar. Esses sintomas são reflexo de ativações em áreas subcorticais do cérebro ligadas a traumas passados.
O Brainspotting atua diretamente nessas áreas, promovendo neuroplasticidade (capacidade do cérebro de se reorganizar) e regulação emocional.

3. A Moldura de Sintonia Dual

Esse princípio se refere à conexão simultânea em dois níveis:

Corporal/Neurobiológico: O terapeuta observa e “sente” sinais corporais do cliente, como microexpressões, respiração e postura. Muitas vezes, o próprio corpo do terapeuta capta, de forma sensorial, essas pistas.

Relacional: Um ambiente seguro e acolhedor é essencial. Não basta dizer que é um espaço seguro — é necessário transmitir isso com presença, postura empática e escuta ativa. A sintonia entre terapeuta e cliente é o que permite acessar camadas emocionais mais profundas.

4. A Presença

Presença é mais do que estar fisicamente na sessão — é estar totalmente atento, com foco no aqui e agora.
No Brainspotting, o terapeuta precisa observar as reações mais sutis do cliente: movimentos oculares, expressões, tensões, dentre outros. Essa atenção plena permite acompanhar o processo de autorregulação emocional sem pressa ou julgamento, apenas guiando quando necessário e respeitando o tempo necessário do processamento.

5. O Brainspot (Ponto de Acesso Visual)

O “brainspot” é o ponto ocular que conecta a pessoa diretamente com uma memória, sensação ou emoção armazenada em seu cérebro.
Cada pessoa tem posições visuais específicas que ativam experiências emocionais ou promovem alívio. O terapeuta explora os três eixos de visão (horizontal {eixo x}, vertical {eixo y} e profundidade {eixo z}) para identificar o ponto ideal.
Esse ponto funciona como uma “porta de entrada” para acessar e reprocessar traumas e emoções não resolvidas.

O Brainspotting é uma técnica inovadora, fundamentada na ciência do cérebro e mindfulness, que oferece uma abordagem sensível, profunda e respeitosa para o tratamento de traumas, ansiedade, depressão e outras questões emocionais.
Ao seguir os cinco princípios — Incerteza, Neurobiologia, Sintonia Dual, Presença e Ponto Ocular — o processo terapêutico se torna mais eficaz, respeitando o tempo e os caminhos únicos de cada pessoa. Blz? Show!

Eduardo Giovanelli

Neuropsicólogo

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